VULCÃO ARENAL – COSTA RICA


VULCÃO ARENAL – COLOSSO DE FOGO

Vulcão Arenal - Costa Rica
A noite estava clara, estrelada e muito fria.
Estava em sono profundo quando de repente minha cama começou a estremecer... Sim! A cama começou a tremer! Então, saltei correndo para a janela e perdi o fôlego: havia começado o incrível espetáculo do Vulcão Arenal.
Num ensurdecedor show pirotécnico, suas lavas se derramavam como ouro fundido a 1.000ºC em avalanches de cinza, gases e pedras lançadas em altíssima velocidade para cima e para todos os lados!
Sozinha naquela cabana, eu custava a acreditar... enfim estava realizando o sonho de presenciar um vulcão ativo!
Fascínio
Meu fascínio pelo som do fogo começou em São Paulo ao sentir o chão estremecer a quilômetros de distância com o potente som do Órgão de fogo (“Orgue a feu” ou pirofone, de Michel Moglia), único instrumento musical movido a fogo do mundo.
Se um órgão é capaz de fazer um som tão potente, como seria o som de um vulcão?...
E agora eu estava aqui, muito próxima, a apenas 7 km do Arenal, no povoado de La Fortuna. Aos poucos, ao ouvir seus estrondos, muitos sentimentos estranhos foram me arrepiando... medo, estarrecimento, encantamento, respeito, reverência, apreensão etc.  
Este incrível colosso de fogo ficou quietinho por muito tempo. Coberto de vegetação, era considerado extinto até 1968, quando resolveu despertar em uma violenta erupção que abriu três crateras e devastou 12 km2, fazendo desaparecer os povoados de Pueblo Nuevo e Tabacón. 
E esta explosão foi pequena perto das grandes erupções que marcam seu ciclo de 400 anos.
Hoje o vulcão Arenal está crescendo e a qualquer momento pode voltar a despertar violentamente, porém, apesar do perigo, os moradores nem pensam em se mudar!
A gente vai vivendo
Eu perguntei a várias pessoas e encontrei a mesma resposta: –“Ele” matou minha tia, mãe, pai, avó etc..., a terra não parava de tremer, as rajadas de vento trouxeram nuvens cheias de pedras incandescentes que em dois minutos arrastaram tudo o que havia no caminho, os gases quentes carbonizaram a vegetação e mataram os que não conseguiram fugir. Foi muito difícil ter que sepultar os mortos, a maioria conhecidos, mas... TUDO BEM... A GENTE VAI VIVENDO... Rezamos todas as manhãs para que a montanha poupe as nossas vidas por mais um dia. Nunca se sabe quando ele vai levar a gente”.
Os moradores agradecem cada dia de vida poupado pelo vulcão e aceitam com naturalidade a morte, que virá no dia em que ele quiser!
E este é o cotidiano de mais de 600 mil pessoas no mundo que vivem nas encostas dos vulcões  porque eles, apesar de destrutivos, tem terras muito férteis, um tesouro de nutrientes formado pelas cinzas e lava decompostas.
Eu, pensando bem, também estava ali me arriscando só para conhecer de perto os encantos do velho Arenal e a linda floresta ao seu redor.
Ele ativo e mágico, bem na minha frente, barulhento, colorido, borbulhante, todo poderoso e super perigoso, comunicava claramente uma mensagem: o instante seguinte, aquele tão esperado “amanhã” poderia não existir.
A vida precisa ser vivida já, agora, neste exato momento. “Pura vida!”, como diz o famoso slogan costa-riquenho.
Vulcão Arenal - Costa Rica
Se você não mora ao lado de um vulcão perigoso que faz o chão tremer a qualquer hora do dia, pode se sentir tranquilo para adiar tudo o que há de mais importante para amanhã.
Adiamos para amanhã o que é prioritário para nossa vida, os nossos maiores sonhos e projetos e até a nossa saúde. 
A melhor arma contra a procrastinação é a criação de novos hábitos. Para se criar um novo hábito, você precisa primeiro inventar um gatilho, um lembrete para você executar aquela tarefa naquela hora. Depois precisa inserir este hábito em sua rotina, colocar em sua agenda.
E, por fim, precisa criar uma recompensa, um presente que você se dará a cada vez que executar este novo hábito, algo que você queira de verdade.
Gatilho, rotina e recompensa = novo hábito.   
Vulcão Arenal - Costa Rica
NAS ÁGUAS FERVENTES DO ARENAL

Em outra noite fria, o vulcão Arenal me deu mais um susto.
Toda a água quente da pousada, inclusive das piscinas ao ar livre, é subterraneamente aquecida pelo vulcão.
Eu, vendo os turistas ali relaxando, resolvi também mergulhar em uma das piscinas ferventes. Como o vento estava frio, entrar na água quente foi bem confortável.
Mas bastaram alguns poucos minutos para eu me acostumar com a temperatura, relaxar o corpo, amolecer... e quase perder os sentidos!
A água é tão quente que a nossa pressão baixa de repente e por isso é tão perigoso entrar ali sozinha!
Eu fui amolecendo, afundando, afundando e já estava quase me afogando, quando alguém percebeu e me puxou para fora... bem na hora H. Que susto! 

A Costa Rica é um país maravilhoso, com muita natureza e esportes radicais. No próximo artigo vou contar a você sobre uma aventura de arrepiar os cabelos: o sky trek



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