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Sonia Sánchez em palestra |
Nosso método comunicativo é um sistema
composto de chaves, cada uma abrindo uma caixa interna, todas repletas de
surpresas.
Como são criadas as aulas?
Na verdade, nada é dito ou feito sem um planejamento detalhado.
Nada em uma aula acontece à toa e tudo tem
uma finalidade didática, porque cada minuto da aula merece absoluta atenção.
Para criar uma nova técnica didática, eu primeiro faço uma análise detalhada dos elementos envolvidos, das experiências e resultados anteriores e somente tomo decisões com base em avaliações e contexto.
O fato é que durante mais de duas décadas, eu fui listando tanto as estratégias que davam certo, que traziam resultados, quanto as que não traziam resultados.
Ou seja, no meu acervo de técnicas, que hoje é bem vasto, eu sei exatamente onde procurar por “inspiração”.
Tudo isso é um trabalho de construção didática que demorou décadas para ficar pronto e que, vendo de fora, muita gente não entende como e porque funciona tão bem.
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Sonia Sánchez em aula |
Ninguém imagina o profundo trabalho de pesquisa e quantas mil horas passamos debruçados sobre as aulas, estudando com cuidado cada detalhe para que o aluno possa aprender mais e melhor.
Desde que foi criado em 1996, seu método ficou conhecido por ser dinâmico e prático, direto ao ponto. Como você chegou a este resultado?
Verdade, nosso projeto ficou conhecido por oferecer um curso da melhor qualidade pelo menor preço, onde o aluno aprende de forma rápida e fácil tudo o que precisa para se virar muito bem no idioma.
Eu te garanto que nós já experimentamos de tudo em sala de aula e que sabemos na prática o que funciona e o que não funciona.
Cada assunto, exercício, diálogo, música, atividade, dinâmica, TUDO foi pensado e repensado para alcançar a sequencia perfeita.
Meus livros didáticos foram testados milhares de vezes ao longo de mais de 20 anos de aulas presenciais e foram sendo aprimorados a cada edição.
E toda essa bagagem também foi transferida para o Curso de Inglês Online, que está muito completo.
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Coleção Professional English®, de Sonia Sánchez
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A minha maior felicidade é quando eu sinto que a aula fluiu de forma dinâmica, alegre e produtiva e que cada aluno sentiu no coração uma sensação gostosa, quase mágica de que o tempo passou voando e que ele aprendeu muito, facilmente e sem esforço.
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Sonia Sánchez |
E como surgiu a ideia de criar este método de ensino?
Sinceramente, no começo, eu nunca quis falar abertamente sobre esse assunto: o meu método de ensino.
Eu pensava que esse tipo de assunto só interessaria a pedagogos e que seria melhor, ao invés de ficar falando sobre o assunto, mostrá-lo na prática em sala de aula aos meus alunos que poderiam comprovar na prática os resultados.
Mas eu estava enganada. Todo mundo quer um jeito fácil e rápido de aprender inglês e isto tem tudo a ver com o método de ensino.
A história é longa, mas vou resumir um pouco sobre como surgiu tudo isso.
Talvez o começo da minha vida explique tudo.
Eu nasci em uma família de
operários da zona leste de São Paulo, estudei somente em escolas públicas e
comecei a trabalhar aos 15 anos como auxiliar de serviços gerais em uma
metalúrgica, quando me transferi para o ensino noturno.
Eu tinha medo do futuro, de não poder
cursar uma faculdade. Na época, as faculdades particulares eram
caríssimas, então eu só tinha uma única chance para continuar os meus estudos:
passar no vestibular de uma faculdade gratuita, no caso, a Universidade de São
Paulo (USP).
E este passou a ser o sonho mais importante de minha vida.
Mas como uma menina que estudou somente em escolas públicas fracas e trabalhava o dia inteiro, iria
conseguir a façanha de passar no vestibular mais disputado do país?
Todos
duvidaram.
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Sonia Sánchez em palestra com o Prof. Pasquale Cipro Neto
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Sendo honesta, eu precisava que este
sonho desse certo e depois que comecei a me preparar para o vestibular, este
foi um caminho sem volta.
Desde as primeiras aulas noturnas no
cursinho, eu tinha consciência de que enquanto muitos estavam ali apenas
revisando as matérias, eu tinha que APRENDER tudo do zero em poucos meses e,
por isso, eu sempre me certificava de que estava fazendo as coisas DO JEITO
CERTO.
Mais do que isso, eu me certificava de
estar estudando do jeito certo, com as estratégias certas, na ordem certa para obter o máximo de retenção da
matéria em pouco tempo de estudo.
Criei vários tipos de esquemas, resumos e
mapas mentais, novas formas de anotar a matéria durante a aula, métodos para
ter mais foco, memorizar tudo o que eu lia e aproveitar ao máximo o pouco tempo
que tinha.
Comecei a criar músicas para aprender as
matérias, brincadeiras para tornar o estudo mais leve, poemas para decorar fórmulas e scripts para memorizar livros.
Também comecei a estudar programação neurolinguística e criei maneiras de mudar rapidamente o meu estado
emocional para obter maior rendimento e combater o cansaço, a preguiça e o sono.
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Sonia Sánchez com Lair Ribeiro |
E foi assim, por pura necessidade, e por
estar totalmente agarrada a um sonho, que eu criei as minhas primeiras
estratégias de aprendizagem, que me ajudaram a passar na Fuvest com boas notas
por dois anos consecutivos (1984: História e 1985: Letras).
Por favor, não me
entenda mal. Não estou te contando isso para me gabar de nada.
Só estou querendo dizer que se eu - que tinha uma péssima formação de base e quase não tinha tempo para estudar - consegui, qualquer um consegue.
Basta seguir o método certo!
Um dos meus primeiros empregos como
professora foi em uma escola pública (1986) e, na época, eu não tinha ideia de
como aquela experiência iria mudar a minha vida.
Eu sei que pode parecer exagerado, mas a
experiência de lecionar da 5ª a 8ª série em uma escola no meio da Cohab V em Carapicuíba foi simplesmente
a MELHOR experiência profissional que eu poderia ter.
Porque eu sei EXATAMENTE
como é importante criar uma aula dinâmica que envolva e chame a atenção de toda
a galera.
Em 1987, ainda no 3º ano de faculdade,
comecei a lecionar em cursinhos pré-vestibulares, onde ensinei minhas técnicas
a muitos alunos que tiveram sucesso e também passaram no vestibular da USP.
Eu também lecionei em escolas públicas e
particulares e, em 1988, antes de terminar a 2ª faculdade, tomei a decisão de
dedicar a minha vida a ajudar pessoas comuns a conquistarem seu sonho de
estudar.
Foi quando montei um supletivo que ajudou centenas de alunos a
terminarem os ensinos fundamental e médio.
Em 1992 eu trabalhava como gerente do Parque
da Mônica no Shopping Eldorado, um emprego que eu gostava muito e não pensava
em sair, pois trabalhava com pessoas que admiro: Mauricio de Sousa e
Wellington Nogueira, criador do “Doutores da alegria”.
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Sonia Sánchez como gerente do Parque da Mônica |
Mas recebi uma proposta irresistível: fui convidada
a trabalhar em uma Instituição que logo me enviou como palestrante especialista
em técnicas de ensino para trabalhar em projetos no Brasil inteiro e em vários
países da Europa e da América Latina.
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Sonia Sánchez na Holanda |
De repente eu estava palestrando na
Bélgica, Holanda, Alemanha etc.
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Sonia Sánchez palestrando na Bélgica |
E como foi a sua experiência no exterior?
Minha experiência no exterior, principalmente na Inglaterra, mudou tudo em minha vida.
Nas escolas públicas onde estudei, como acontece
com a maioria dos brasileiros, apesar de sete anos de inglês, eu não aprendi a falar.
Então, com muito esforço, após 4 longos anos, eu me
formei em uma escola de inglês famosa em SP, mas que pouco me ajudou quando cheguei na
Inglaterra.
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Sonia Sánchez em Londres |
Deixa eu te explicar melhor.
Quando eu fui
para a Europa a trabalho pela primeira vez, eu estava certa de que me viraria
muito bem com meu inglês, afinal, tinha tirado 9,9 na prova de inglês da Fuvest,
usava inglês na faculdade e tinha me formado em inglês em uma escola renomada.
E, realmente, na Europa continental deu
tudo certo, sem traumas.
Trabalhei na Alemanha, na Holanda e na Bélgica, participei de várias
conferências internacionais com pessoas de várias nacionalidades e eu me
comunicava em inglês sem nenhum problema.
Porém quando eu cruzei o Canal da Mancha e
pisei na Inglaterra, eu tive um choque!
Eu quase não entendia o que eles
falavam! A compreensão e a comunicação se tornaram muito difíceis!
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Sonia Sánchez em Londres |
Os nativos de língua inglesa falam muito
rápido, emendam uma palavra na outra, engolem sons e sílabas e usam muitas
gírias e expressões.
Tudo era muito diferente do "inglês
didático”, focado na gramática e falado de forma lenta, que eu tinha estudado... e isso me custou muito caro.
E eu, sinceramente, não quero que meus alunos
passem pelo mesmo que eu passei, perdendo tempo e dinheiro à toa.
Foi depois deste choque linguístico que eu decidi
encontrar uma solução, uma forma rápida e simples de aperfeiçoar a compreensão
e conversação com nativos.
Por isso, direcionei minha pesquisa para a
investigação das melhores e mais modernas estratégias de ensino.
O que eu ensino não é somente o que
aprendi nos livros de pedagogia.
O que eu ensino vem da minha experiência
pessoal.
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Sonia Sánchez |
Uma coisa você precisa saber a meu
respeito: eu não gosto de enganação, de enrolação.
Vou melhorar essa frase: eu
gosto de clareza e objetividade, gosto de ver meus alunos felizes. Sinceramente, para mim, a única coisa que
importa é ver meus alunos satisfeitos com os resultados.
Então este método se tornou uma missão?
Sim. Os meus sonhos sempre nortearam a minha vida.
E o meu maior sonho se tornou a minha missão de vida: comecei a sonhar com uma educação
inclusiva e humana, com respeito a todas as diferenças.
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Sonia Sánchez com Chris Gardner |
Um método que pudesse acolher pessoas
comuns de todas as idades, níveis sociais e escolaridade para que todos
pudessem ter acesso aos idiomas de forma fácil, simples, econômica e rápida.
Voltei da Europa em 1996 com muitas ideias
e vim decidida a criar um método de ensino diferente para os meus alunos, para
que eles pudessem acompanhar melhor as aulas e aprender mais em menos tempo.
Eu fico muito triste quando o aluno não
consegue acompanhar a aula, fica desanimado e desiste de estudar. Eu queria muito evitar isso.
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Sonia Sánchez em aula |
Então eu decidi dedicar 100% do meu tempo
a este novo projeto.
Como foi o projeto no início?
Sinceramente, eu achei que seria mais fácil.
Porém eu cometi um erro: no começo, eu
adotei livros didáticos importados.
Eles funcionavam? Sim, os livros adotados era
bons e foram selecionados após longa pesquisa.
Mas não era algo extraordinário, não era o
que eu queria, porque as aulas ainda ficavam engessadas e arrastadas do mesmo jeito
das outras escolas em que lecionei.
E como você mudou isso?
Eu decidi chutar o balde e
fazer algo completamente diferente.
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Música ao vivo em todas as aulas |
Eu pensei o seguinte: e se ao invés de
adotar livros didáticos importados, eu começasse a escrever os meus próprios
livros de inglês e de espanhol, exatamente na ordem que eu acho mais lógica,
fácil, leve, engraçada, divertida e didática para uma aula?
E se quem comandasse as sequencias e o
conteúdo dos livros fosse a minha experiência em sala de aula e não o
contrário?
E se o material pudesse ter a
flexibilidade de se adaptar às aulas?
E se eu tivesse a liberdade de reeditar os
livros quando eu quisesse e quantas vezes eu quisesse?
Bingo! Foi a melhor decisão que tomei.
O meu processo de criação de
várias aulas-show por semana tinha ficado muito mais fácil e gostoso e agora nós não dependíamos
mais de materiais externos. E eu tinha liberdade para criar!
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Sonia Sánchez |
Você poderia explicar melhor?
Sim, claro, vou te explicar melhor.
Uma coisa é quando uma escola adota um
livro didático importado escrito por um autor estrangeiro, que não conhece as
dúvidas e interesses dos brasileiros e que, por não ser educador,
somente autor, não pensa na dinâmica da aula, no tempo da aula etc.
Isso acontece sempre: os professores que
trabalham com livros adotados fazem malabarismos para tentar encaixar o livro à
sua aula: “Por favor, pulem essa página, agora vamos para a página tal, agora
retornamos à página tal, esse texto fica pra lição de casa, agora façam os
exercícios de tal a tal, e o restante, fica para casa porque não vai dar tempo
etc.”
A aula não flui e fica repetitiva.
Os
textos são pesados, chatos e fora do contexto porque eles não são adequados.
Muitas vezes na semana seguinte o professor ainda tem que terminar a lição
anterior, porque as lições nunca cabem no tempo da aula.
E uma coisa totalmente diferente é poder
usar um livro que, antes de ser livro, foi um material pensado com todo carinho
para criar uma aula divertida, dinâmica com conteúdo útil, agradável e
interessante, na ordem certa e do tamanho certo, aproveitando cada minuto da aula, mas
sem apertar nem sobrar tempo.
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Sonia Sánchez |
Sonia, parabéns pela sua linda trajetória, que nos inspira a nunca desistir de nossos sonhos.
Muito obrigada! Fico muito feliz e emocionada em ouvir isso.
Para mim, isso não tem preço, pois estou batalhando ininterruptamente há mais de 25 anos para chegar neste resultado didático e ajudar meus alunos a alcançarem facilmente a fluência, que é tão importante hoje em dia.
Graças a Deus, hoje recebo diariamente depoimentos de alunos, inclusive de pessoas que já passaram por várias escolas e métodos, mas que só agora estão aprendendo inglês de verdade (e de forma agradável e motivadora).
Qual é seu próximo sonho?
Após mais de duas décadas de dedicação à produção e validação científica do método de ensino Easy Learning® e dos conjuntos de materiais didáticos dos cursos de inglês e de espanhol, me sinto realizada em saber que o método está consagrado e que se tornou referência, inclusive inspirando o método de várias escolas em São Paulo, que passaram a ter aulas mais descontraídas, dinâmicas e objetivas.
Hoje o meu maior sonho é que este método possa beneficiar um maior número de alunos por todo o Brasil, através dos nossos cursos online, que tem a mesma excelência dos cursos presenciais, e que já estão ajudando muitos alunos a alavancarem as suas carreiras.
Quando abrem as turmas de inglês online?
Para que seja mantida a mesma qualidade e atenção personalizada com os nossos alunos, nós abrimos poucas turmas online por ano, com vagas limitadas, mas esperamos ampliar futuramente.
Continuamos com o mesmo objetivo desde 1996: a inclusão social, porque saber inglês é um direito de todos. Por isso, oferecemos o melhor curso, com a mais moderna metodologia, por um valor simbólico, praticamente de graça.
Para mais informações e para saber se há vagas, eu estou sempre à disposição dos alunos e interessados, é um prazer atendê-los.
Muito obrigada pela entrevista!
My pleasure! You are welcome!
Entrevista concedida a Adriana Silva, da Universidade da Fotografia, cidade do Porto/Portugal.
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